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Encontro discute o acesso dos negros às universidades

Por Correio da Bahia    30 de novembro de 2001
Qual a melhor forma de promover o acesso da população afrodescendente às instituições superiores de ensino? Para discutir o assunto, a Fundação Luís Eduardo Magalhães promoveu o seminário Ações Afirmativas para Afrodescendentes, que aconteceu ontem, com a participação do diretor do Centro de estudos Afro Orientais (Ceao), do cônsul americano, Anthony Fisher, e do professor da Universidade de Baltimore, Michael Higginbotham, que falou sobre experiências de ações afirmativas no âmbito das universidades americanas. Um dos temas abordados durante o seminário foi o projeto para criação de cotas para estudantes negros em universidades públicas. De acordo com Higginbotham, esta é uma das questões mais controvertidas também nos Estados Unidos. Em 1975, foi aberto o primeiro processo para a criação de cotas na Universidade da Califórnia, por reivindicação do estudante Allan Bakke. O caso foi parar na suprema corte americana, que decidiu a favor da universidade, considerando a abertura de cotas uma prática ilegal.

Segundo Higginbotham, o correto, na opinião do tribunal americano, é o estabelecimento de metas, cronogramas e diretrizes para a promoção de ações afirmativas e não a criação de cotas para minorias étnicas. "Uma escola pode dizer: minha meta é ter 20% de alunos negros, mas não pode reservar vagas exclusivas para eles", exemplificou.

O estudioso americano ilustrou dois tipos de programas de ações afirmativas permanentes nos Estados Unidos. Um deles chama-se outreach, e tem a pretensão de reunir o maior número de indivíduos pertencentes a grupos excluídos, para negociar junto às instituições a possibilidade de matriculá-los. O segundo é denominado plus factor e busca elementos adicionais e preferenciais para influir na promoção do acesso do estudante. Ao contrário do primeiro, o plus factor é um programa que despertou bastante polêmica nos EUA.

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