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Menor na escola, não na rua

Por Diário de Pernambuco    30 de novembro de 2001
Conselho lança campanha contra trabalho infantil nas vias públicas

Segundo o levantamento feito pela Delegacia Regional do Trabalho (DRT), em setembro deste ano, cerca de 500 crianças e adolescentes, entre 7 e 14 anos, ainda vivem e sobrevivem do que ganham nas ruas do Recife. Para sensibilizar a sociedade sobre a importância de se investir em programas que possibilitem o acesso desses menores à educação e ao convívio familiar, o Conselho Estadual de Direitos da Criança e do Adolescente (Cedca) lançou, ontem, a campanha Trabalho infantil é crime. Mata o futuro. A idéia é erradicar o trabalho infanto-juvenil no Grande Recife, com a ajuda da sociedade. Para chamar a atenção da população, a campanha tomará as ruas, através de vinhetas veiculadas pela Imprensa local, cartazes e outdoors. Também serão promovidas ações em shoppings centeres e em grandes redes de supermercados. A partir de hoje, estará disponibilizado ainda uma linha telefônica (0800.281.2111) para informações sobre como e onde contribuir.

"Temos que acabar com a cultura da esmola. Através da campanha, queremosmostrar que, ao invés de ajudar individualmente, o cidadão pode fazer doações ao Fundo de Defesa da Criança e do Adolescente, que apóia programas visando à melhoria da qualidade de vida desses menores", explicou o presidente do Cedca, Ivan Porto. Durante a campanha, serão utilizados 45 outdoors com três chamadas diferenciadas e confeccionados 15 mil cartazes, com três modelos diferentes.

FISCALIZAÇÃO - Ele disse ainda que o Fundo, existente desde a criação do Estatuto da Criança e do Adolescente (1990), é gerido pelo Conselho Estadual e seus recursos são empregados dentro do Estado. Ele atende atualmente cerca de mil menores. "A sociedade participará como agente fiscalizador, acompanhando de perto como esta doação vai ser aplicada e os valores podem ser deduzidos do Imposto de Renda a pagar".

A campanha para erradicação dos menores das ruas terá dois momentos. No primeiro, os meninos serão retirados das vias públicas e colocados em escolas com jornada ampliada. Na segunda etapa, quando as famílias já estarão conscientizadas sobre a importância da educação dos filhos, acontecerá a erradicação propriamente dita. "A expectativa é tirar todas as crianças das ruas. Se a sociedade ajudar, nós teremos condições para isso", garantiu a coordenadora do Grupo Especial de Combate ao Trabalho Infantil da DRT, Nancy Lourenço.

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