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Trabalho infantil é disseminado no Pará

Por A Tarde    18 de outubro de 2001
Belém - As crianças entre 5 e 15 anos do interior do Pará estão deixando de freqüentar a escola cada vez mais cedo para ajudar os pais em carvoarias, olarias, roça ou nas ruas de muitos municípios, pedindo dinheiro. A pior situação, porém, é de meninas entre 10 e 15 anos, obrigadas a se prostituir em boates e ''inferninhos'' de cidades como Belém, Santarém e Itaituba. De acordo com recente relatório da Delegacia Regional do Trabalho (DRT), apesar da existência de programas como o Bolsa Escola, essas crianças, incentivadas pelos pais, preferem o risco das atividades pesadas a viver entre livros e cadernos da sala de aula.

As prefeituras municipais pouco ou quase nada fazem para mudar esse quadro. Em alguns casos, prefeitos donos de olarias ou fazendas são os primeiros a empregar a mão-de-obra infantil.

Levantamento da DRT que teve como base a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD), apontou que das 860 mil crianças e adolescentes entre 5 e 15 anos que vivem no Estado, 99 mil estão fora dos bancos escolares, pegando literalmente no pesado durante o dia todo para ajudar os pais no sustento doméstico. Ou seja, quase 12% da população nessa faixa etária trocou sonhos e brinquedos pelos fornos e carvoarias de empresas madeireiras ou pela enxada na roça.

A procuradora do Ministério Público do Trabalho, Loana Uliana, é incisiva: ''vamos cobrar das prefeituras ações concretas para a erradicação do trabalho infantil''.

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